domingo, 21 de março de 2010

Crítica: "Nas Nuvens" directed by Jason Reitman

"Nas Nuvens" era ainda antes da sua estreia nos cinemas internacionais, e sobretudo devido ao seu percurso em festivais de cinema, um dos favoritos aos Óscares de 2010.
Contudo este estatuto foi abalado, quando estrearam filmes como "Avatar", "Precious" e "The Hurt Locker", que começaram a ser considerados os derradeiros favoritos a ganhar os principais prémios de cinema.
Esta situação verificou-se quando "Nas Nuvens", que estava nomeado para 6 Óscares, foi (juntamente com Avatar) o grande perdedor da noite dos Óscares.
Que se terá passado para o filme sair de mãos vazias na noite mais importante do cinema americano?

 
O filme conta a história de Ryan Bingham (George Clonney), um bem sucedido consultor em recursos humanos, especializado em outplacement, que na verdade não passa de eufemismo para "despedidor" profissional. 
O serviço prestado pela sua empresa consiste em evitar que os patrões tenham de levar a cabo a desagradável tarefa de demitir trabalhadores. Ryan é um dos que têm por missão dar aos funcionários as más notícias e lidar com as suas acesas reacções, que vão da fúria e insulto à auto-comiseração.
Ao contrário do que se poderia supor, Ryan adora o que faz. O seu quotidiano é passado a viajar pelos Estados Unidos a despedir pessoas em série, algo que aprendeu a fazer com especial habilidade. Gosta de viver entre os espaços anónimos e impessoais de aeroportos e quartos de hotel. Dá mesmo palestras sobre a sua estranha filosofia, que consiste em ter uma vida o mais desprendida possível, tanto de pessoas como de lugares.

Tudo lhe corre de feição, até que, ironia das ironias, uma nova e ambiciosa funcionária da sua empresa, Natalie (Anna Kendrick), consegue ultrapassá-lo na sua falta de escrúpulos e levar mais longe o esquema dos despedimentos.
Através de webcams será possível despedir pessoas nos mais diversos pontos dos Estados Unidos a partir da sede da empresa. O esquema maquiavélico permitirá poupar milhões, o que infelizmente também significa para Ryan ter de "arrumar as malas".
A empresa considera contudo que antes do despedimento online ser implementado, o sistema tem de ser aperfeiçoado e para tal incumbe Ryan de levar Natalie consigo nas suas viagens, a fim de observar e aprender.
Nesta sua viagem, Ryan conhece uma jovem mulher (Vera Farmiga) que aos poucos o faz voltar a apaixonar-se e a examinar a vida.

Jason Reitman é um grande realizador e isto nota-se neste filme que, mesmo não sendo superior a "Juno" (filme do mesmo realizador), apresenta-nos cenas do melhor que se pode fazer em cinema.
Os actores estão todos muito acima da média, principalmente Vera Farmiga, a verdadeira estrela do filme, que nos apresenta uma excelente interpretação, e que nos mostra o porquê de ser uma das melhores actrizes actuais do cinema.
George Clonney apresenta outra grande actuação, nada que já não estejamos habituados a ver neste  grande actor.
Anna Kendrick não merecia a nomeação ao Óscar, pois, apesar de fazer muito bem o seu papel, nota-se em algumas cenas, como quando desata a chorar no aeroporto, a sua imaturidade. No entanto, esta jovem actriz não deixa de ser um nome a ter em conta no futuro.

"Nas Nuvens" é um feel-good movie, daqueles que nos fazem sair da sala de cinema com um sorriso estampado no rosto, ainda que não seja uma comédia, mas sim um drama com alguns toques de humor.
No geral, é uma obra competente, que mesmo não merecendo todas as nomeações que teve, apresenta-nos uma grande mensagem e fala-nos de uma situação cada vez mais actual no nosso mundo.

Nota Final: 7/10

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