quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Crítica " AntiChrist " directed by Lars Von Trier


Nojento... Chocante... Horrível ... Poderoso... Um valente murro no estômago... Poético... Lindo... Repulsivo...

Estes foram apenas alguns dos adjectivos que mais se ouviram aquando do visionamento desta obra cinematográfica, no famoso, Festival de Cannes (estava nomeado para uma Palma de Ouro e ganhou o prémio de Melhor Actriz no mesmo festival).

Toda esta discordância entre críticos e audiências de todo o mundo, é facilmente percebida, após o visionamento do mesmo. Lars Von Trier sempre foi um autor de filmes bastante polémicas (Dogville & Dancer In The Dark), no entanto, este " AntiCristo " é até agora a sua obra mais polémica.

O filme conta a história de um casal (interpretado por Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg) devastado pela morte do seu único filho, que se muda para uma cabana isolada na floresta Éden, onde coisas estranhas começam a acontecer. A mulher é uma intelectual escritora que não consegue se livrar do sentimento de culpa pela morte do filho, e ele, um psicólogo, que tenta ajudar a sua amada esposa.
Anticristo é divido em duas partes: Prólogo e Epílogo e, ainda, em capítulos que se passam na floresta de Éden: Dor, Luta, Desespero e Os Três Mendigos.

Apesar de à primeira vista, parecer que se trata de um filme de terror psicológico com algum teor erótico, não existe nenhum género no qual este " Híbrido cinematográfico " se possa inserir.

Lars Von Trier passou por uma forte depressão, e, em entrevistas que deu, afirma que este é o seu filme mais pessoal e que lhe serviu de terapia para diversos problemas pelos quais passava.

O argumento é de uma grande complexidade, e, em pesquisas que realizei, para saber a opinião de diversas pessoas e para, também, perceber melhor o filme, denotei que existem diversas teorias acerca de tudo aquilo que passa pelos nossos olhos, enquanto assistimos este estranho filme.

Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg dão ambos grandes interpretações, visto que ambos, carregam, o filme nas suas costas.


Charlotte Gainsbourg tem aquela que foi para mim a melhor interpretação feminina do ano 2009. Se não fosse, a grande polémica, que surgiu após a estreia deste filme, e os temas que aborda, diria que tinhamos aqui, uma séria candidata a ganhar o " Óscar de Melhor Interpretação Feminina ".
Apesar de um pouco apagado pela sua co-protagonista, Willem Dafoe, mostra-se seguro na sua interpretação.
O acto final do filme ( não aconselhável a corações fracos ) é de uma violência tão explícita, que por momentos, pareceu-me estar a assistir a um filme de terror italiano. No entanto, é precisamente neste acto final que vemos o quão poderosa é a dupla de actores principais e a câmara de Lars Von Trier.

Apesar, de não ser um filme para toda a gente; eu próprio admito que tive dificuldades em vê-lo até ao fim e de gostar do mesmo; esta obra de arte não vai deixar ninguém indiferente e merece da parte do espectador um segundo visionamento.

Nota final: 8/10

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