sábado, 16 de abril de 2011

Críticas ao filme "Sucker Punch"


A mais recente obra do visionário realizador Zack Snyder é, apesar de todos os seus defeitos, uma obra de grande interesse e qualidade, embora se encontre alguns pontos abaixo daquela que é a obra máxima deste realizador - Watchmen.

Encabeçado por um elenco de jovens estrelas - Emily Browning, Abbie Cornish, Jena Malone, Vanessa Hudgens, Jamie Chung - o filme apresenta um argumento pouco desenvolvido, contudo são muitas as boas ideias que se encontram espalhadas pela obra.

Kill Bill, Matrix, Dragon Ball, Origem, Showgirls ... Ao longo da visualização de Sucker Punch, é provável que estes filmes venham á mente do espectador. Afinal o filme fala de uma jovem que ao ser hospitalizada num hospital psiquiátrico, cria um mundo imaginário de duas camadas: a primeira, um mini-cabaret; a segunda, um campo de batalhas em que as cinco jovens combatem os mais diversos inimigos; tudo isto de modo a conseguirem obter quatro elementos (e um que só será desvendado no final) que as irão levar á liberdade.

Ao longo da obra, são quatro as cenas em que as personagens principais lutam contra forças inimigas; e apesar da sua qualidade, as cenas de acção (que nos relembram um videogame) são, na minha opinião, um ponto fraco do filme. O relevo dado ás mesmas é tanto que não é possibilitado um desenvolvimento das personagens e daquele que é o aspecto mais interessante da obra, a realidade - hospital psiquiátrico.

Contudo, o filme não deixa de apresentar cenas de grande qualidade, como uma tensa discussão entre o dono do cabaret - e do hospital psiquiátrico - e as suas dançarinas - pacientes - , e o final no qual tudo nos é desvendado. São estas partes do filme que nos levam a acreditar que uma obra de maior qualidade se encontrava escondida no argumento de Snyder, que infelizmente não transitou da melhor maneira para o ecrã.

As actrizes principais cumprem o pedido, sendo a melhor das cinco a jovem Abbie Cornish. Merece também destaque Vanessa Hudgens que fez uma feliz transição para papéis mais adultos. Carla Cugino e Oscar Isaac finalizam o elenco.

É pena que o filme não tenha explorado da melhor maneira a interessante premissa. SPOILERS: Tudo me leva a crer que o filme não seja a história de Baby Doll, mas sim de Sweet Pea, pois como a personagem de Emily Browning diz no final do filme a Abbie Cornish: "Esta nunca foi a minha história". Outro aspecto que me intriga são as claras referências ás violações a que Baby Doll é sujeita, pelo dono do hospital psiquiátrico. Este aspecto é transposto para o mundo imaginário do cabaret, em que a jovem tem um grande poder sobre os homem ao dançar. Isto trata-se de uma maneira de jogar com a sua sensualidade ou até mesmo de a usar de modo a atingir um bem maior: a liberdade. Assim, o roubo da sua inocência por parte de Blue Jones é também transposto para os mundo surreais que têm implicações com a realidade FIM DE SPOILERS.

Caso alguém queira discutir melhor o filme, deixe um comentário que irei logo responder*

Nota: 3,5/ 5